A escola de samba Unidos da Cova da Onça trouxe para avenida presidente Vargas o tema ATOTÔ AJUBERÔ, para todo mal há cura.
Atotô Ajuberô! Para todo o mal há cura!
SINOPSE
Silêncio! O Rei está na Terra!
Eis o Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma. Pai da riqueza e da bem-aventurança. Os pés marcam o compasso do ritual sagrado, na dança do Opanijé. Atotô Ajuberô, rei e senhor! Ele está entre nós.
Com humildade, seus filhos seguem os preceitos. Através do Doburú, demonstrando sua dignidade e caráter ao rei que está na terra.
Obaluayê não pode ser visto sem as palhas, seu brilho é intenso como o Sol. E ninguém pode olhar o sol diretamente. O calor é a chama da vida. E no meio das trevas em que estamos vivendo, o Sol há de brilhar mais uma vez.
Do alto, ele está a nos observar. Mas o povo esqueceu-se de sua riqueza e só se lembra dele como o Orixá da moléstia. E ao ver a humanidade chegar em sua decadência, vê também o apocalipse a nos assombrar.
O mundo adoece... Quatro pestes vagueiam pela história. Libertando os quatro cavaleiros do juízo final que acontece agora.
Seres do mal libertam as pragas. Nem o avanço tecnológico é capaz de deter o avanço dos males na era do caos.
Mas há salvação! Através do Mestre da Cura, o qual pedimos que amenize nossos sofrimentos que escolhemos resgatar nessa encarnação! Atotô! Nós te suplicamos! Através da história de Obaluayê, na lendária África de todos os deuses, de onde vem a força da natureza e dos Orixás que conduzem o mistério da vida, o segredo da doença e o remédio da cura. Inicia o ritual para curar o mundo.
Seu Pai, é Oxalá. Sua mãe é a Primeira Yabá, a Deusa da chuva e do pântano. Através do romance proibido entre os dois, nasceu o menino carregando as dores do mundo na sua pele. Nanã então, entrega seu filho ao mar. E do mar veio a sua salvação. Os peixes chamam sua rainha, avisando do menino abandonado em suas águas. Iemanjá o adota! O cria como seu filho. Lhe presenteia com suas pérolas e lhe cobre com palhas para esconder a sua dor.
Já crescido, resolveu correr mundo para ganhar a vida, mas nada conseguiu. Logo começou a passar fome, mas nem uma esmola lhe deram. Era a maldição do preconceito
Ficou muito doente. Por fim, quando achava que ia morrer, Zambi curou as feridas que cobriam seu corpo. Agradecido, ele se dedicou à tarefa de viajar pelas aldeias para curar os enfermos e vencer as epidemias que castigaram todos que lhe negaram auxílio e abrigo. Foi a cura pelo perdão. E então, recebeu a coroa da humildade.
Com a pele cheia de cicatrizes. Obaluayê, vivia sempre escondido e isolado. Certo dia, houve uma festa de que todos os Orixás participavam, menos ele, devido a sua aparência que repugnava o vaidoso “Rei dos Trovões”. Coberto de palha, teve então coragem de se aproximar dos outros. Mas ainda não dançava, pois todos tinham nojo de tocá-lo. Apenas Iansã teve coragem; quando dançaram, o vento levantou a palha e todos viram um rapaz bonito e sadio. Os dois se uniram para combater a morte e as doenças. As ventanias de Iansã levaram pra longe todas as dores, e suas feridas se transformaram em flores.
Ele é o Senhor da Morte. É o Senhor das Almas. Evocado como Orixá da cura, senhor das transformações e das passagens, pois tem facilidade de levar do estado doentio ao estado saudável. Ele brilha como o Orin. E ao Dono da Vida, festejamos e oferecemos o grande banquete.
Os yaôs fazem a limpeza dos caminhos para o grande ritual. As Mães dos Segredos soam o adjá. E sobre as folhas o Banquete do Rei é servido ao som dos Louvores e a Avamunha.
Ao Mestre da Vida, nossos pedidos de proteção. Ele que é o limitador das enfermidades. Suplicamos sua misericórdia aos males que nos afetam! Que suas chagas abriguem nossas dores e sofrimentos. E nos conceda corpos sadios e almas serenas.
No Olubajé, o ritual pela cura está formado com sua “Mítica Família”. Formada pelos orixás ligados à terra e a transformação da humanidade. Seus pais Oxalá e Nanã e seus irmãos, Oxumarê, Ewa e Ossain. Seus cultos se difundem entre terra, água, vento e fogo e os três reinos da natureza: mineral, vegetal e animal.
Para o ritual da cura, convocamos também os Soldados de Obaluayê. Nossos médicos e enfermeiros, guerreiros do povo e heróis da Saúde. A eles nossos agradecimentos por toda a luta do dia-dia.
Esse é o Olubajé que o mundo precisa. Com as bênçãos de todos os deuses, de todas as crenças para o Ritual de Cura de todos os males.
Em Obaluayê depositamos nossas dores e amarguras, rogando as bênçãos de saúde, paz e prosperidade. Que possamos ser dignos de merecer todo dia e toda noite, vossas bênçãos de luz e misericórdia.
Atotô Ajuberô! Para todo mal há cura!